Entrevistas

Episódio 4: Natalie Wippel, da paixão pelo Beach Soccer à guardiã de sonhos e da meta do Vasco da Gama

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Desde os primeiros passos nas areias do Rio de Janeiro, guiada pela paixão familiar pelo futebol, Natalie Wippel Barboza tem se destacado não só como uma das principais goleiras do beach soccer brasileiro, mas também como uma figura inspiradora fora das quadras. Sua trajetória, desde a iniciação no esporte aos 8 anos, até se tornar um nome forte no Beach Soccer do Vasco da Gama e também na Seleção Brasileira, tem sido uma história rica em determinação, paixão e resiliência.

Origem

Natalie começou sua carreira no futebol de maneira inusitada. Ela atuava na equipe masculina, na categoria sub 15, como goleira. Mas como sua intenção era jogar na linha, ela conseguiu um teste para o futebol de campo do Vasco da Gama. “No início, fiz o teste como goleira com o intuito de ser aprovada e depois jogar na linha. Mas não deu certo. A treinadora de goleiras dizia que eu tinha mesmo que ficar no gol (risos).”

Natalie em foto antiga. Vê-se atletas de pé e outras agachadas, em formação, com medalhas.

Pausa e reinício

Após uma pausa de 10 anos, devido a compromissos profissionais e acadêmicos, Natalie retornou ao esporte em 2017, para jogar beach soccer pelo Vasco. Durante um campeonato nacional, disputado no Espírito Santo, após a goleira titular se lesionar, Natalie assumiu o gol e sua atuação foi crucial para a vitória do time, incluindo a defesa de um pênalti na final.

Esse momento marcou a transição definitiva para a posição de goleira, principalmente por receber incentivo e apoio das companheiras e pela perspectiva de uma carreira esportiva mais longeva nessa posição.

Momentos marcantes do esporte

Ao descrever a experiência de vestir a camisa do Vasco pela primeira vez, e também a amarelinha da seleção brasileira, Natalie cita os eventos como o ápice de uma jornada de dedicação. Essas experiências não apenas marcaram os altos de sua carreira, mas também a emoção e o orgulho de viver o esporte em níveis tão significativos pra ela.

Natalie Wippel de camisa branca, durante o jogo, vibrando com punho fechado.

“Vestir a camisa do Vasco pela primeira vez foi forte, porque é meu time do coração. E vestir a primeira vez a camisa da Seleção brasileira, ouvir o hino, não é algo que dê para explicar (risos).”

Natalie também destaca a conquista do World Winners, como um momento de intensa superação pessoal e coletiva. Jogando com um dedo quebrado e enfrentando uma situação inesperada devido a uma mudança no regulamento, Natalie foi a única goleira disponível para a equipe, durante toda a competição. Além disso, foram cinco jogos difíceis e com apenas seis jogadoras de linha para revezar, demonstrando grande resiliência e espírito de equipe, para vencer o torneio sob circunstâncias desafiadoras.

Dupla Carreira

Além das conquistas e do reconhecimento no Vasco da Gama, onde encontrou uma família e um terreno fértil para seu crescimento como atleta, Natalie enfrenta o desafio constante de equilibrar múltiplos papéis, tendo atuação importante em sua dupla carreira. Como esposa, mãe, estudante e profissional, ela precisa gerenciar suas responsabilidades com muita habilidade. “Além de ser esposa e mãe, também tenho minha atuação na igreja, trabalho como inspetora na escola e sou treinadora da equipe de base do Beach Soccer do Vasco.”

Vasco da Gama

Sendo um dos nomes fortes do Beach Soccer feminino do Vasco da Gama, e olhando para o futuro, surgem os desafios de 2024 com o Vasco. Para isso, Natalie demonstra um otimismo estratégico, enfatizando a importância de integrar novos talentos na equipe para manter o clube competitivo e inovador: “Temos novos valores na equipe e já para esse ano de 2024, teremos reforços para mesclar e ajudar essa nova safra a evoluir.” Natalie vê estas oportunidades como fundamentais para a evolução contínua do clube e do esporte, e diz o que se pode esperar do clube este ano: “Um time forte, competitivo, com atletas experientes e consagradas dando todo suporte a nova safra da base do trem bala da areia.”

Atletas femininas do vasco da gama com os braços pra cima vibrando com muitos sorrisos e levantando 3 troféus.

Futuro e estudos

Natalie também é esperançosa sobre seus planos futuros, almejando contribuir ainda mais para o beach soccer, tanto dentro quanto fora das quadras. Seu desejo de treinar futuras gerações e compromisso com o desenvolvimento do esporte feminino refletem um espírito pronto para evoluir ainda mais com o esporte.

“Já fiz o curso de treinadora de Beach Soccer na ABTF e estou começando minha faculdade de educação física. Certamente farei algo dentro do Beach Soccer.”

Legado

A história de Natalie Wippel Barboza é um testemunho poderoso do impacto que a paixão, a dedicação e a resiliência podem ter, não apenas no esporte, mas também na vida pessoal e profissional. Sua jornada, marcada por vitórias significativas, desafios equilibrados e uma visão clara para o futuro, serve de inspiração para atletas e fãs, destacando o valor da determinação, do amor pelo esporte e da capacidade de superar obstáculos em busca de realizar sonhos e deixar um legado duradouro.

Natalie revela isto e muito mais na entrevista exclusiva para o site Beach Soccer Coach.

CONFIRA ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

BSC: Como foi seu primeiro contato com o Beach Soccer?

Natalie: “Meu pai jogou futebol de praia na década de 70/80, pelo Botafogo. A genética foi forte. Quando eu tinha 7 anos, minha mãe começou a procurar uma escolinha de futebol pra mim. Acabou que ela não achou escolinha perto da nossa casa e me colocou numa escolinha de futevôlei. Após insistir muito com o tio Luiz, no ano seguinte ele criou o Beach School e ali foi meu primeiro contato com o Beach soccer.”

BSC: O que fez você tomar a decisão de fazer do Beach Soccer a sua modalidade?

Natalie: Me apaixonei pela modalidade de cara, mesmo tendo que jogar com os meninos por um tempo, era muito divertido! A proximidade de onde morava, as amizades e a facilidade de jogar me fizeram decidir por seguir na modalidade.”

BSC: Na sua opinião, o que precisa acontecer para que aconteça uma Copa do Mundo Feminina de Beach Soccer o mais rápido possível?

Natalie: “Já temos uma longa jornada trilhada no feminino. Quebramos muitas barreiras, pavimentamos caminhos, mas precisamos de mais e isso a nível mundial. As confederações, federações e clubes têm que procurar o caminho do fomento, criação de categorias de base, capacitação profissional para isso, competições de base. Porque, se não investir na base feminina, em pouco tempo teremos menos meninas ainda praticando e sonhando em viver do Beach Soccer. Esse é o caminho!”

BSC: Na seleção brasileira feminina de Beach Soccer qual é a principal estratégia para enfrentar times internacionais?

Natalie: Sempre é difícil enfrentar as seleções, principalmente as europeias. Os times são bem organizados, mas temos meninas experientes e o nosso professor Fabrício é genial! A organização tática com o talento individual de cada atleta é a mistura perfeita! Temos as melhores aqui e o melhor com a prancheta, mas precisamos de mais quantidade de convocações, participar de mais eventos. Um exemplo bom para entender isso foram nossos jogos contra a seleção da Espanha. Juntando tudo, nós temos na história total da seleção brasileira, o mesmo número de competições que elas tiveram apenas em 2023. Imagine se tivéssemos em igualdade de número de jogos e treinos no ano? Potencial para sermos número 1 do mundo nós temos.”

BSC: Quais são os maiores desafios no Beach Soccer brasileiro e que você espera que sejam superados?

Natalie: Temos diversos desafios e em diversas esferas, mas os dois maiores desafios são o fomento na base feminina e ter um calendário consistente e constante. Isso é o que vai fazer a gente ter patrocínios, visibilidade, mídia e crescer o interesse de meninas novas no nosso esporte. O calendário estamos crendo muito que será maravilhoso esse ano, só falta o investimento no fomento a base feminina.”

BSC: Quais são os maiores desafios que o Vasco enfrenta nesta temporada?

Natalie: “O desafio dos nossos gestores é sempre proporcionar o melhor para as atletas. Fora o trabalho com toda comissão técnica, hoje, todas atletas do Vasco, tanto na base quanto no adulto, tem a sua disposição acompanhamento com dentista, fisioterapeuta, ortopedista, oftalmologista, acompanhamento com nutricionista, psicóloga, e as que querem ingressar em algum curso de faculdade, nós temos parceria para isso também. Entre outras coisas, o desafio é gerar o máximo de estrutura, para que elas se aproximem o máximo da vida de atleta e possma render cada vez mais, pois isso irá refletir no campo, nos resultados e principalmente na vida das pessoas. Claro que queremos vencer sempre, hipocrisia dizer que não, mas temos um ditado que nosso diretor sempre diz: ´Coisas jamais serão mais importantes que pessoas. No Vasco começamos por aí'”.

BSC: Como você quer inspirar as futuras jogadoras de Beach Soccer?

Natalie: “Tem um ditado que diz: “a palavra convence mas o exemplo arrasta.” Seguir treinando e jogando, mostrando em quadra e também fora dela que é possível viver e ser um cidadão melhor. O esporte e muitas pessoas me inspiram e quero continuar assim até onde Deus me permitir. Muito mais do que falar, mas ser exemplo com meus atos, dentro e fora de quadra, mostrar que o respeito ao seu adversário é a base de um atleta”

BSC: Você teve algumas oportunidades com o Beach Soccer, tanto dentro como fora do Brasil, tanto na seleção brasileira como em equipes na Europa. O que isso trouxe de positivo na sua vida?

Natalie: “Amo conhecer outras pessoas e outras culturas, isso é muito enriquecedor! Certamente me fizeram uma pessoa melhor e me enriqueceram em diversos âmbitos na minha vida! O Beach Soccer me proporcionou algo que dinheiro não compra e me ensinou a ser uma pessoa muito melhor.”

BSC: Como você vê o Vasco da Gama se preparando para a temporada de 2024?

Natalie: Optamos nas competições de fim de ano em dar oportunidade para as atletas da nossa categoria de base. Ficamos muito felizes com o resultado: um vice campeonato na Copa sudeste e um terceiro lugar no Torneio Rio-São Paulo. Claro que ser campeão é muito bom e sempre entraremos com esse pensamento. Mas, dentro do nosso objetivo, nós fomos bem, pois queríamos dar a oportunidade de ver nossas meninas em um torneio grande, contra times grandes, e ficamos satisfeitos. Já para esse ano de 2024 teremos reforços para mesclar e ajudar essa nova safra a evoluir. E já já iremos anunciar os nomes que farão parte dessa temporada conosco. Vasco vem forte, como sempre.”

BSC: Existem objetivos específicos que você e o time estão mirando para este ano?

Natalie: Brigar por títulos sempre tem que ser o objetivo de um clube com a história como a nossa, e faremos isso. Mas nosso principal objetivo do ano continua sendo o fomento da categoria de base, as que se destacarem irão compor o elenco principal, junto com as mais experientes.”

Natalie Wippel de uniforme azul do vasco da gama, com medalha no peito exibindo dois trofeus.

BSC: Como tem sido a dinâmica de treinos no Vasco e como isso impacta o desempenho e os resultados em campo?

Natalie:“Esse início de ano estamos focando na parte física com o professor Rony Rey, mas sempre ao final temos uma parte técnica/tática com nosso treinador Ricard Reis. Sentimos muito a falta de ritmos de competição. Quase 8 meses de distância entre as competições não é o ideal. Mas confiamos na nossa equipe e cremos que os resultados virão.”

BSC: Há novas jogadoras no time que você acha que vão se destacar este ano?

Natalie: “Sim, vou falar algumas meninas da nossa base, q são “crias”, que chegaram com 12 anos, 13 anos. E hoje já estão com 16-17 anos. Podem anotar os nomes da Dudinha e Dudão, que vão dar o que falar esse ano.”

BSC: O que podemos esperar do Vasco coletivamente este ano?

Natalie: “Um time forte, competitivo, com atletas experientes e consagradas dando todo suporte a nova safra da base do trem bala da areia.”

BSC: Como você equilibra a vida pessoal com as exigências de ser goleira do Vasco?

Natalie: “Tento sempre conciliar da melhor forma possível, tendo minha família como minha maior prioridade. Graças a Deus meu marido e minha filha são meus maiores apoiadores, sempre me motivam a seguir e ser melhor. E o Vasco também me dá todo o suporte necessário, sou muito grata ao clube e torcida por isso, as mensagens que recebo dos torcedores, de todo país, isso só fortalece, a torcida do Vasco é apaixonada pelo Beach Soccer, eles me param nos jogos em São Januário, no Maracanã, mas não é só para fotos e autógrafo não, eles cobram também (risos). Mas eu amo tudo isso.”

Natalie Wippel com beca de formatura, com uma mão segura o chapeu e com a outra exibe o canudo do diploma de Teologia.

BSC: O que te motiva a superar barreiras no Beach Soccer feminino?

Natalie: “Entender que em tudo que fazemos na vida tem um propósito estipulado por Deus, eu tenho algumas barreiras que enfrento, externas, internas, mas o importante é enfrente-las, sempre.”

BSC: Fora do futebol, quais são suas paixões ou hobbies que te mantêm motivada?

Natalie:Tem muita coisa que gosto muito de fazer fora da quadra. Amo artes marciais, sou faixa preta de Kickboxing e faixa azul de jiu-jítsu, por conta do Beach Soccer não posso praticar com mais frequência, mas sempre que posso puxo treino e tento participar dos exames de graduação. Eu canto e toco violão todos os domingos na igreja que faço parte, isso me ajuda muito também no meu bem estar espiritual. A leitura é um hobbie também, sempre mantenho o hábito da leitura. Gosto bastante de assistir filmes com minha família, esse é o nosso programa favorito!”

BSC: Quais são seus planos pra quando parar de jogar?

Natalie: “Já fiz o curso de treinadora de Beach Soccer pela ABTF e farei pela CBF academy também. Estou começando minha faculdade de educação física, ja fiz alguns cursos da CBF, CONMEBOL e farei outros mais de gestão. Certamente farei algo dentro do Beach Soccer, mas não quero apenas fazer “mais do mesmo”. Farei curso de treinadora de goleiras, porque não tem uma mulher nessa área no Beach Soccer. Enfim, estarei nas areias brigando pelas mulheres nesse esporte.”

BSC: Qual mensagem você gostaria de enviar para os jovens atletas que sonham em seguir sua carreira no Beach Soccer?

Natalie: “Não desista, siga perseverante nas coisas pequenas e Deus te levará a lugares grandes. Confie sempre em você e respeite todos ao seu redor. Pessoas sempre vão te acrescentar algo e você sempre tem algo pra aprender.”

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2 thoughts on “Episódio 4: Natalie Wippel, da paixão pelo Beach Soccer à guardiã de sonhos e da meta do Vasco da Gama

  • José Maria Coelho Rodrigues

    Parabéns, você é fera! Por isso e muito mais meu grande amigo irmão seu pai, Rogério te elogia o tempo todo! Fico muito feliz pelo seu esforço e sucesso, continue assim dando muito orgulho para todos da família.
    Deus abençoe hoje e sempre 🙏🙏🙏

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    • Natalie Wippel Barboza

      Muito obrigada pelo carinho 🙏🏾

      Resposta

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