Como o ‘jogar livre’ impacta na infância?
A infância é uma fase crucial do desenvolvimento humano e é onde as crianças aprendem, criam e exploram o mundo. O esporte pode ser uma ferramenta poderosa para estimular a criatividade e a liberdade de expressão. E no futebol de areia, um esporte tão dinâmico e divertido, lúdico por natureza, por conta da areia fofa, não poderia ser diferente.
E para poder impactar positivamente as experiências que se constroem no esporte, nesta fase da infância, proponho a ideia do jogar livremente neste período. O “Jogar livre” é um conceito que se baseia na ideia de que a criança deve ser livre para explorar o esporte de sua própria maneira. E nessa abordagem a criança não é pressionada a seguir regras e padrões estritos de jogo, permitindo-lhe a oportunidade de experimentar e descobrir suas próprias soluções para os problemas que surgem durante o jogo. O resultado é uma maior criatividade, espontaneidade e autoconfiança.
Talvez você pense até com uma crítica mais forte: “Mas como jogar sem regras”?
E já respondo. O esporte coletivo, em si, já traz regras fixas. E a ideia do “jogar livre” é que se explore muito além do que estas regras formais. Por exemplo, ainda é comum que, para uma atividade de aquecimento, algum adulto proponha que as crianças “corram em volta da quadra”. Mas, sejamos honestos. Se, enquanto adultos, pedirmos para as crianças realizarem uma atividade, que as deixe prontas para o treino, que faça com que elas experimentem deslocamentos distintos, que tenha fintas e que elas comecem a transpirar, quantas vão verdadeiramente propor uma “corrida em volta da quadra”?
Certamente a atividade escolhida vai ser um “pique pega”, “pique alto” ou qualquer atividade lúdica neste sentido.
Assim, o jogar livre que proponho não é “jogar sem regras”. Mas um jogar onde a criatividade, o lúdico e a própria criança tenha a oportunidade de viver mais, experimentar mais e se divertir mais.
Infância e criatividade
Se tem algo que o Brasil produz definitivamente são jogadores criativos. E para os jogadores serem capazes de imaginar novas soluções, desvios, dribles e passes é preciso fomentar um ambiente de liberdade e exploração que permita a experimentação de novas ideias e a criação de novas jogadas. E que lugar melhor seria este se não a própria infância?
A combinação é poderosa demais!
Ao jogar livre, as crianças aprendem a assumir riscos e a tomar decisões, habilidades que são valiosas em todos os aspectos da vida, não só no esporte. Essa abordagem permite que as crianças desenvolvam uma autoconfianç,a que é fundamental para seu desenvolvimento pessoal. Além disso, as crianças que são incentivadas a jogar livremente aprendem a tolerar a incerteza e a improvisar em situações imprevisíveis.
Essas habilidades são fundamentais para a vida adulta, e podem levar a uma maior resiliência e adaptabilidade em situações difíceis.
Estado de flow
Outro aspecto importante do jogo livre é o estado de fluxo, ou “flow”. O estado de fluxo é descrito como um estado de consciência onde a pessoa está totalmente imersa no momento presente, sem se preocupar com o passado ou o futuro. O estado de fluxo é uma sensação de realização e satisfação que pode aumentar a produtividade e a eficácia em todas as áreas da vida. Ao jogar livremente, as crianças são capazes de entrar em um estado de fluxo naturalmente, permitindo que experimentem um estado de prazer e alegria enquanto jogam.
Eu preciso que você entenda que tudo é importante, mas manter o estado lúdico e criativo para a criança é respeitar a sua fase de vida.
Um treino de troca de passes, onde uma criança está de frente pra outra e tem que contar até 20 passes trocados, definitivamente não está contribuindo com autonomia, com criatividade e nem com o desenvolvimento do lúdico. Mas um treino em que três crianças estão num quadrado de 5x5m, e ali duas precisam manter a posse de bola enquanto uma tenta roubá-la, definitivamente traz muito mais elementos do jogo para esse educativo e que respeita até o que o jogo é conceitualmente: um jogo de confronto e invasão.
Este é um tema amplo e eu vou investir mais tempo falando sobre isso e trazendo exemplos práticos.
Hoje minha intenção é que você perceba a importância das crianças buscarem soluções diferentes para os problemas do jogo. Isso vai proporcionar esse ambiente em que a criança possa crescer e se desenvolver de maneira saudável e integral. E para isso você, professor, é quem precisa ampliar muito mais o seu repertório para poder cumprir o que o jogo pede, sem deixar de lado o que a característica da infância mais precisa.
Nos vemos em breve!
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